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ARTIGOS SELECIONADOS

SOBRE PSICOTERAPIA ANALÍTICA

A CLÍNICA DO ACOLHIMENTO DA PALAVRA

Sobre Psicoterapia

    Ainda hoje, escuto comentários de pessoas com restrição ao processo analítico (psicoterapia) dizendo coisas assim: ‘porque fazer terapia’, ‘eu não necessito de terapia’, ‘os meus problemas eu mesmo posso resolver’, etc.

 

    De fato, isso vem demonstrar que há falta de conhecimento das pessoas sobre o porquê e para que da psicoterapia, gerando muita resistência, apesar dos indivíduos terem muitas dificuldades pessoais e conflitos internos.

 

    Para aqueles que se submeteram e ainda se submetem ao processo analítico e reconhecem os benefícios, muita vezes, não sabem como transmitir a outros os efeitos dos benefícios adquiridos em sua experiência vivida dentro do consultório.

 

    Existem algumas pessoas que ainda consideram o processo analítico como um lugar assustador e doloroso, seja por medo de ser julgado ou receio de contar suas fantasias e medos para um desconhecido. De fato, o processo analítico é deixar o paciente livre para falar sem restrições ou julgamentos. Existe uma ética profissional, onde tudo que ocorre dentro do consultório é de extremo sigilo, resguardando a história do paciente. Confiar no seu psicanalista ou psicólogo é saber que será cuidado com atenção e acolhimento; é a oportunidade que você tem de dedicar algumas horas do seu tempo a quem deve ser mais importante... VOCÊ!

 

    Fazer análise não é fácil, pois foge do “bom senso”. Imagine você em um consultório, deitado de costas para seu analista falando tudo que vem a cabeça. Mas pense bem! É muito bom, porque neste lugar quando você fala alguma coisa, não tem quem diga de imediato, “comigo também”. O analista é a pessoa, que não rouba a cena, por exemplo: quando você diz, “tive uma dor de cabeça”, o analista diz: “como é a sua dor de cabeça?”. Uma pessoa comum é aquela que diria imediatamente, “eu também estava com uma...”. Mas, por isso que o divã é o lugar que você pode expressar sua singularidade, e esta não tem nada de bom senso.

 

     Terapia não é aconselhamento, não é bate papo, não é invasão, não é bronca e nem é mimo, não é futilidade e não é coisa de louco.

   

    Terapia tem como grande objetivo dar possibilidade e ser um facilitador do crescimento psicológico individual, consequentemente é proporcionar o desenvolvimento emocional do analisando. Cabe aqui, dizer que o psicólogo não lê pensamentos e não pode fazer nada sozinho, ele é um intermediador entre o mundo do individuo e seu inconsciente.

   

    Não será em poucos meses que problemas serão desvendados, pois, foram anos para a situação do individuo chegar ao estágio que se encontra quando procura ajuda.

 

    O processo analítico é uma relação de confiança entre o analista e o analisando. Nesta relação é o analisando que trás o material (seu desejo) e o analista, através do processo investigativo, procura descobrir os enlaces da mente do paciente, que muitas das vezes vai além do desejo do paciente. Nesta situação, cabe ao analista intermediar o processo para o desenvolvimento de melhora de algo específico. Por isso, o lugar deve ser confortável, acolhedor, agradável, para que a pessoa sinta-se segura, à vontade e tranquila para falar sobre as coisas mais importantes da sua vida. O acolhimento está na forma de ser recebido.

   

A questão fundamental, por que fazer Psicoterapia?

    Fazemos análise para, em um primeiro momento, descobrir o porquê estamos agindo de uma forma que não é o que esperava estar fazendo. Em outras palavras, não nos conhecemos o bastante para saber os motivos de nossos comportamentos. Enfim, analise é o processo no qual buscamos conhecer um pouco mais sobre os limites de nós mesmos e assim, termos novas visões sobre a mesma situação, Sendo então, um lugar facilitador para aprender a amar a si mesmo, lidar com as dificuldades e as emoções assumindo o controle e sentindo-se bem com sua vida.

 

Outra questão importante é, quando procurar ajuda?

    Existe uma imensa gama de situações que pode ser o motivo da busca para o autoconhecimento. As mais comuns são: Quando ocorrem crises existenciais ou fases de vida difíceis, como luto, demissões, separações conjugais ou crise profissional. Resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares, profissionais. Em momentos de transformação, nas mudanças de fases de vida que são naturais a qualquer ser humano, como adolescência, envelhecimento, menopausa. Para tratamentos de transtornos de pânico, fobia, depressão, bulimia, anorexia, impotência sexual.

 

   Quando desejamos ampliar o nosso autoconhecimento, não porque estamos com algum problema evidente, como esses comentados, mas como forma preventiva, para ter alguém que ajude a coordenar os pensamentos para se desenvolver, crescer e amadurecer como ser humano de forma saudável. Como diz Freud: “Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo, a pessoa procura ajuda para mudar.”

 

Rodney Sales

Âncora 2

       Conviver em grupo, digo, compartilhar o mesmo espaço, exige uma compreensão profunda de respeito sobre os outros.  É saber que seu desejo vai, apenas, até onde começa o desejo do outro.

      Em ouras palavras, tudo que podemos ou devemos ou desejamos fazer dentro do espaço de convívio mútuo deverá passar por um crivo imprescindível da reflexão, ponderação, consideração pelo respeito ao grupo. De fato, é questionar a si próprio se o que pretendemos idealizar, melhor dizendo, aquilo que queremos fazer para nós é aceitável para todos dentro do espaço do grupo.

     Ética, é o conjunto de regras que definimos para um viver e conviver harmonioso em grupo e tem os seguintes valores que devemos questionar sempre: Quero? Devo? Posso?

Nem tudo que eu quero eu posso;

Nem tudo que eu posso eu devo;

E nem tudo que eu devo eu quero.

     Pensando e agindo sobre estes valores, você terá paz de espírito para escolher, decidir sobre o que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve.

     O Apostolo Paulo escreveu em, 1 Coríntios 6:12:

 "Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "

Rodney Sales

Âncora 3

ANGUSTIA NO COTIDIANO

Pressa é um sinal de incompetência e velocidade é um sinal de perícia.

Por exemplo, eu quero velocidade para ser atendido, mas não quero pressa na consulta.

   O apressamento no nosso dia-a-dia é pernicioso, nos tira o tempo de reflexão, meditação, etc. Tirar de nós a possibilidade de tédio é muito ruim. Só no tédio que temos a possibilidade de criação. A ciência, filosofia, a arte, etc. nascem do tédio e não da ocupação. Gente ocupada não faz outra coisa a não ser o que está fazendo. Gente desocupada, porque querer fazer algo, consegue produzir.

   As crianças do hoje têm sempre muito que fazer o dia todo e isso as tem deixado muito angustiadas. As redes sociais com as novas tecnologias nos ocupam de maneira constante. Se ocupando de maneira constantemente, você nunca ficará sem o que fazer.

   Já existem pessoas que estão se deligando de grupos por não querer mais dar satisfação o tempo todo de tudo que se faz e ter que ficar olhando o tempo todo por publicações. Estás situações geram ansiedade, e ela vem porque você pergunta (publica) algo e ninguém te responde e isso te atrapalha, é distrativo. Não quero dizer que seja catastrófico. É preciso utilizar de maneira inteligente.

   Algumas pessoas estão se cansando de postar passeios, jantares, baladas, etc. o tempo todo e se tornando mais políticas. E espero que o efeito colateral das redes sociais seja um pouco mais de política, o que pode trazer um benefício, uma vez que democracia é a possibilidade de intervir na prática, com manifestações, discordâncias e acolhimentos. Tomemos cuidado, pois no mundo todos têm um pouco da baba de Caim, como diz Cortella.

   Não sou avesso às tecnologias, mas também não me deixo entorpecer. Gosto de conhecer sobre as tecnologias o bastante para não ficar velho, o que é diferente de idoso. Idoso é uma pessoa com bastante idade e velha é aquela pessoa que já sabe o bastante não precisa aprender mais. Idoso é uma pessoa de 70 ou 80 anos. Sabe a diferença do idoso para o velho? O velho é aquele que acha que já está pronto. A palavra “perfeito” significa no latim aquilo que está pronto, acabado, feito por inteiro. Einstein dizia o seguinte: “é tolice fazer sempre a mesma coisa e esperar resultado diferente”. Precisamos tomar cuidado para não sermos velhos tolos. Precisamos ser sábios idosos.

Rodney Sales

Âncora 4

O QUE VOCÊ SEMPRE DESEJOU SABER SOBRE PSICOTERAPIA

E NUNCA TEVE COMO PERGUNTAR

    Existem muitas pessoas com resistência para iniciar um processo terapêutico. Muitas por medo do inesperado e serem estigmatizadas e rotuladas de “problemáticas” e outras, por desconhecem totalmente o sentido terapêutico do processo.

    Pensando nestas pessoas, escrevi há algum tempo um artigo, “SOBRE PSICOTERAPIA ANALÍTICA - A CLÍNICA DO ACOLHIMENTO DA PALAVRA”, para tratar sobre o que é e qual o objetivo da psicoterapia.

    A BuzzFeed Health publicou uma lista, a partir de uma série de entrevistas, que também ajudará as pessoas a reverem seu posicionamento e vencer a resistência para procurar um psicoterapeuta.

    Vejamos algumas coisas que nós, os terapeutas, gostaríamos que as pessoas e pacientes soubessem.

 

  • Na realidade, o trabalho de um terapeuta não é te dar conselhos.

  • Ser terapeuta exige muita atenção e dedicação, por isso é trabalhoso.

  • A maioria dos terapeutas não prescreve medicamentos.

  • Você não precisa ser diagnosticado com um transtorno mental ou relacional para frequentar a terapia.

  • Seu terapeuta não está conversando sobre você e sua vida com seus amigos em comum.

  • E eles provavelmente não estão pesquisando sobre você no Google.

  • Seu terapeuta provavelmente não lhe cumprimentará publicamente a menos que você faça isso antes ou vá a seu encontro.

  • O fato de ir para a terapia não necessariamente ajudará — você precisa ser participativo.

  • A terapia não precisa ser necessariamente um compromisso a longo prazo.

  • A “adequação” correta é o fator mais importante quando se trata de encontrar um terapeuta, sentir-se bem com ele.

  • Interromper a terapia não significa que você nunca mais poderá voltar.

  • Caso esteja preocupado que algo possa ser inadequado — como abraçar seu terapeuta ou perguntar sobre a vida pessoal dele — simplesmente fale sobre isso na terapia.

  • Eles, os psicoterapeuta, não têm todas as respostas e a psicoterapia não oferece milagres.

  • Eles também fizeram a sua análise e, por vezes, podem retomar o processo.

  • O psicoterapeuta se sente grato em auxiliar as pessoas e é provável que eles também achem que o que fazem é incrivelmente recompensador.

Rodney Sales

Âncora 5

O QUE É A PSICANÁLISE I

 

     Simplificar algo quando este é muito complexo torna-se sempre um risco.

​ 

     Antes de Freud, Schopenhauer, Leibniz e Von Hartmann já falavam em inconsciente, mas como algo “não consciente”.

     

     Freud irá tratar o inconsciente como um lugar, não como adjetivo e sim como substantivo. Assim, o inconsciente existe em lugar definido, um ”topos”. Sendo assim, a psicanálise faz um estudo topológico transformando-se em um método científico.

     

     A psique passa a ter forma e se dividindo em inconsciente, pré-consciente e consciente. Em um segundo momento, temos os conceitos de Ego, Id e Super ego (Ich, Es, Überich).

     A Psicanálise é uma disciplina científica criada e pelo médico e neurologista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) que tem como objetivo investigar e o tratar as doenças mentais. A psicanálise consiste em decifrar e analisar os conflitos sexuais que são originados no período da infância guardados no inconsciente.

   

     O objeto de estudo da psicanálise é decifrar o inconsciente, e a análise é realizada por meio da fala, ações, símbolos, fantasias, sonhos e sintomas clínicos do paciente e da associação livre dos seus pensamentos. Ao psicanalista fica o encargo de analisar quais as coisas, dentro dessas manifestações, que refletem um conflito inconsciente.

     Podemos definir a psicanálise nos dias de hoje como um método de tratamento e autoconhecimento. Com a característica de satisfazer ao "gozo" com do paciente com a adequação responsável e sem nenhuma ideologia ou fármacos.

     A teoria geral da psicanálise tem evoluído gradualmente desde o século XIX, introduzindo modificações e alterações gradativamente e conforme se realizam e organizam novas situações, teorias e modelos. As contribuições de psicanalistas, tais como Lacan, Melanie Klein, Winnicott, Bion, Dolto e muitos outros psicanalistas contemporâneos.

 

     Devido aos avanços das ciências e das comunicações os homens e as mulheres não adoecem mais da mesma forma e não ficamos mais felizes ou infelizes como antes.

     O encargo da psicanálise não deve ser a de tirar a dor da pessoa, mas de ajuda-la a compreender e elucidar as situações vivenciadas e por fim, superá-las. 

Rodney Sales

Âncora 6

“O psicanalista, em analogia, pode ser pensado como um personal da autoajuda. Platão dizia, o homem tem que buscar sua verdade a partir do princípio do “conhece-te a ti mesmo”. A psicanálise é uma poderosa ferramenta para alcançar o autoconhecimento, o crescimento mental e não apenas como eliminação de sintomas.” Rodney Sales

 

 

PSICOLOGIA, PSIQUIATRIA E PSICANÁLISE.

 

  Todas as três "PSIS" trabalham, de alguma forma, com os assuntos relacionados à mente e, grosso modo, são terapêuticas que têm o objetivo de auxiliar e curar uma pessoa traumatizada, angustiada, carente (entre outros) e lhe possibilitar uma melhor qualidade de vida. No entanto, não é nada radical afirmar que as similaridades param por aí, pois cada uma delas possui históricos bem diferentes e métodos teóricos e de trabalho muito particulares.

 

    De qualquer forma, mesmo com o cenário em contínuo movimento, essas três bases mantêm-se firmes e ainda são de total ajuda para a compreensão da humanidade e do que se passa no interior de cada indivíduo.

 

   A Psicologia, em linhas gerais, é a ciência do comportamento humano e busca adequá-lo a uma normalidade. Uma pessoa que tenha dificuldades para aprender a dirigir, por exemplo, seria tratada através de técnicas que objetivam superar essas dificuldades e permitir que ela possa atingir o objetivo de se tornar motorista. A psicologia, assim, tem como objeto de trabalho, essencialmente, a parte consciente da mente humana. O sujeito sabe que não consegue dirigir e busca ajuda para adequar seu comportamento. É por causa disto que há quem diga que a Psicologia vende a felicidade!

 

   A Psicanálise, ao contrário, tem como objeto de interesse principalmente o inconsciente, que é, grosso modo, a parte da mente humana da qual não temos conhecimento direto. É por causa de forças que estão presentes em nosso inconsciente e que, portanto, nos são desconhecidas, que frequentemente não entendemos claramente por quê queremos certas coisas, por quê temos certos sentimentos e por quê fazemos certas coisas. Não é comum ouvirmos pessoas dizerem que não entendem a si próprias? As respostas geralmente podem ser encontradas em nosso inconsciente e a Psicanálise nós dá as técnicas de acesso a ele. É por causa disto que há quem diga que a Psicanálise vende a verdade!

 

  A Psiquiatra é a única dentre as três que habilita seu profissional a prescrever medicamentos, os chamados psicofármacos, por ser uma especialidade da Medicina. A partir dos sintomas informados pelo paciente, o psiquiatra receitará medicamentos que visam a suprimir os sintomas apresentados. É cada vez mais comum que Psiquiatras adquiram conhecimentos de Psicanálise o que propicia grandes benefícios aos seus pacientes.

O “MIMIMI” DE NOSSO TEMPO

 

Hoje as pessoas tem a tendência de querer ajustar tudo de acordo com a própria vontade.

Estamos ficando tão acostumados em ser atendidos na própria vontade que não aceitamos o que for contrário ao nosso desejo. E não é só da geração mais nova que estou falando, o mimimi está em todas as gerações. Muita vaidade.

Sempre gostamos de quem nos dá ouvido e nos agrada concordando com nossas falas e práticas. Deixamos de ouvir aqueles poucos amigos que nos apontam as nossas fraquezas. Deveríamos valorizá-los, pois, eles nos ajudam a sair limbo da nossa ignorância, nos fazendo pensar sobre nossos pré-conceitos.

O contraditório bem fundamentado e não os achismos são apreciados por aqueles com um intelecto mais apurado. Ajuda a ter uma conversa de mais alto nível entre os Indivíduos. Já aqueles indivíduos, que têm um mínimo de conhecimento sobre um assunto, se sentem capaz de discordar com propriedade e debater com quem passou metade da vida debruçada sobre o assunto.

O “mimimi” já não está mais restrito a categoria dos narcísicos.

Existe muitas pessoas que deixam o medo tomar conta de suas emoções e se tornam reativas a qualquer contrariedade de suas ideais e opiniões.

Testamos nossas relações com o outro sendo nosso espelho até sermos contrariado.

Rodney Sales

Âncora 7
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